quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

OBESIDADE

Não há dúvida que o mais frequente motivo de consulta ao especialista de Endocrinologia e Nutrição é a obesidade. Por outro lado, a etiologia do problema em questão obedece, na maioria dos casos, ao facto da ingestão diária superar, regra geral, qualitativa e quantitativamente, as necessidades reais. Isto é consequência de uma falta de conhecimentos básicos, unida a conceitos antiquados e erróneos,
como o facto de se acreditar que quanto mais gordo se está, mais saudável se é.
Este aspecto é muito relevante, sobretudo na infância, pois para muitas mães continua a ser válido o axioma que quanto mais gordinho o menino estiver, mais saudável será.
No entanto, as modas vão-se modificando, e os protótipos de homem/mulher ideais vão variando com o decorrer dos anos, de modo que a figura atractiva de uma pessoa gordinha de décadas atrás é hoje em dia totalmente rejeitada. Se a isto se juntar o aspecto que cada vez se torna mais do domínio popular, que os obesos sofrem de um maior número de complicações e problemas de todo o tipo, incluindo o de terem uma menor esperança de vida em relação às pessoas que não são obesas, é lógico constatar que existe uma maior preocupação em relação a esta questão.
O problema principal são os hábitos alimentares errados e toda a gente devia conhecer qual a sua alimentação equilibrada, relacionada com a actividade que desempenha, ficando especificado que nada é proibido se se tomarem as proporções e quantidades adequadas.

CONHECIMENTOS BÁSICOS:
A obesidade é um dos desequilíbrios da alimentação mais frequentes no mundo ocidental. A causa é, geralmente, o excesso de alimentos ricos em açúcares e gorduras. Se ingerimos mais calorias do que as que o organismo necessita, estas convertem-se rapida-mente em gorduras, aumentando o tecido adiposo.
Denomina-se obesa uma pessoa que ultrapassa 20% do seu peso ideal, dependendo este da sua constituição física (ver tabelas nas páginas centrais). Outra forma menos fiável de saber se se pertence ou não a esta categoria é beliscar a pele e o tecido do antebraço entre o ombro e o cotovelo. Se ultrapassar os 2,5 cm, o mais provável é que a qualificação de gordo esteja bem aplicada. No entanto, há que ter em conta que a mulher possui uma maior proporção de gordura que o homem, sobretudo na região glútea (nádegas), seios e cintura.
Em geral, os obesos comem demasiado, mas nem sempre podem ser culpabilizados pela ingestão excessiva de comida, uma vez que o ritmo metabólico não é o mesmo em todas as pessoas. Assim, um indivíduo que queime calorias com menos facilidade e mais devagar, será mais propenso à obesidade.
Podem contribuir também para desencadear este problema certos desequilíbrios psicológicos, uma vez que muitas pessoas têm tendência para libertar a tensão e a ansiedade através da comida. Embora existam obesidades sintomáticas, ou seja, causadas por doenças ligadas ao metabolismo ou por doenças endocrinológicas, como o hipotiroidismo, em cerca de 90% dos casos a obesidade aparece como resultado dos maus hábitos alimentares e dos excessos.
A obesidade é uma situação que favorece o aparecimento de diversas doenças, por isso, há que ter em conta os perigos que daí possam advir.
Em princípio, todos os sistemas vitais aumentam, sobretudo o coração, que tem de bombear em excesso. Aumentam também as possibilidades de uma insuficiência respiratória, os problemas ósseos, a hipertensão, diabetes e artrite. A medida que aumenta o peso, aumenta também o nível de colesterol, com o consequente risco que isso representa para as artérias e para a vesícula biliar que, ao não poder manter essa quantidade, pode ficar saturada, o que pode levar à formação de cálculos biliares.
Não existe uma dieta milagrosa capaz de acabar com o problema da obesidade num curto espaço de tempo. Ingerindo menos calorias do que aquelas que o corpo consome e vigiando com frequência os hábitos alimentares, o resultado pode ser satisfatório. Mas, de um modo geral, isto que parece tão fácil exige uma extraordinária força de vontade. Todas as dietas para emagrecer deviam
ser controladas pelo médico. Contudo, e em qualquer dos casos, o rigor de uma dieta deve estar sempre ligado a uma variedade e a um mínimo de flexibilidade, para não se cair na constante ten-
tação de a infringir. E uma batalha que pode ser vencida com perseverança e vontade, reeducando os hábitos alimentares e seguindo o tão conhecido mas pouco praticado lema de «uma vida saudável».


CAUSAS QUE PROVOCAM A DOENÇA
Como já foi referido anteriormente, a obesidade é causada por um desequilíbrio entre o teor energético que se proporciona ao organismo e as necessidades reais do mesrno. A sobrealimentação é, em 90% dos casos, a causa directa da gordura, mas há que ter em conta que, em certas ocasiões, o factor psicológico e o factor hereditário também têm uma importância decisiva.

COMO SE CURA:
A obesidade é uma doença que desaparece com um equilíbrio ade¬quado entre as calorias que são ingeridas e o des¬gaste energético realizado. Só se consegue elimi¬nar a obesidade não ingerindo em quantidades ex¬cessivas, quer di¬zer, perdendo o tecido adiposo em excesso mediante uma dieta hipoca¬lórica, isto é, que proporcione ao corpo menos calorias do que aquelas que habitual-mente seriam necessárias (ver tabelas nas páginas cen¬trais).
Os endocrinologistas recomendam que as dietas hipocalóricas se man¬tenham entre as 1000 e as 1500 calorias por dia, repartidas por 30% de hidratos de carbono, 30% de proteínas e 40% de gorduras.
Se há muitos quilos a perder, o en¬docrinologista pode receitar um tratamento complementar à base de medicamentos inibidores do apetite, mas, em todo caso, deve ter-se consciência que estes têm efeitos secundários, não podendo ser in¬geridos durante grandes períodos de tempo e sempre sob controlo médico.
As dietas hipocalóricas para com¬bater a obesidade devem ser efectuadas sob estrito con¬trolo médico, já que o seu êxito ad¬vém da sua ade¬quação aos costu¬mes e caracterís¬ficas particulares de cada indiví¬duo.
Para além de uma dieta baixa em calorias, a prática constante de exercício físi¬co, leve mas con¬tínuo, ajuda a eli¬minar com mais -facilidade o peso excessivo. De no¬vo, é o médico quem deve acon¬selhar a actividade mais adequada a cada pessoa, em função dos seus hábitos e das circunstâncias, uma vez que o exercício fí¬sico errado, para além de proporcionar o consumo de energia, pode estimular tam¬bém o apetite do obeso.
Existem casos em que é recomen¬dável uma terapia de apoio para fortale¬cer a vontade do indivíduo e o ajudar a vencer a batalha dos quilos.

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